A hérnia de disco lombar e seus tratamentos

A palavra “hérnia” significa deslocamento de algo para fora de seu lugar. Quando se fala da hérnia de disco, o que está se dizendo é que parte do conteúdo do disco (o amortecedor que fica entre as vértebras da coluna) se deslocou em direção as estruturas nervosas da coluna. Este deslocamento é do núcleo pulposo (que é o centro do disco) através de uma ruptura gerada no anel fibroso (que é uma estrutura mais resistente).

O disco é composto basicamente por proteoglicanos, fibras colágenas, fibras elásticas e água. Portanto a perda desses componentes gera desgaste no disco e a sua desidratação.

As dores na região lombar e ciática afetam 80% das pessoas em algum momento da vida e em torno de 5% tem como causa a formação de uma hérnia de disco. Este problema atinge mais os homens em especial na 2ª e 4ª décadas de vida. Quase 90% ocorrem nos locais onde há maior mobilidade da coluna lombar, pois é ai que o corpo realiza os maiores movimentos e, portanto, são os locais naturalmente mais exigidos, sendo eles os níveis chamados de L4-L5 e L5-S1, que ficam na região bem baixa da coluna lombar. A incidência aumenta com a idade, pois tem uma relação direta com a degeneração ocorrida.

Já os sintomas são extremamente variáveis, mudando de caso para caso. As formas mais comuns são a lombalgia que a dor na região lombar e a lombociatalgia que é quando esta dor segue um trajeto do nervo ciático.

A principal queixa é realmente a Dor. Em casos mais graves ou arrastados de longa data pode se apresentar com diminuição de força e alteração de sensibilidade nos membros inferiores.

Geralmente quando o Início é agudo há relação com trauma ou algum movimento abrupto que se realizou de forma inadequada.

A dor mais clássica é realmente a dor do nervo ciático que se caracteriza por ser uma dor irradiada pela região posterior de glúteos e coxa indo para posterior ou lateral da perna, e podendo chegar até o tornozelo ou pé.

 

Algumas posições ou atitudes acabam até piorando estes sintomas como o ato de Sentar, tossir ou espirrar. O Alívio geralmente é adquirido com o repouso e em especial com uma posição em que em que vira-se de lado e encolhe-se o quadril e as pernas.

Fatores de Risco para o surgimento da hérnia de disco

A degeneração discal, ou seja, exigir mais do disco que esta estrutura é capaz de suportar. Este fato  é muito comum em atividades de trabalho pesado ou repetitivo e com vibração e impacto na coluna vertebral.

Aumento de peso, tão comum hoje em dia na sociedade em que vivemos. O aumento do peso leva a uma exigência maior de trabalho dos discos da coluna.

Fumo faz com que o disco perca nutrientes essenciais para sua saúde e leve a uma degeneração precoce.

As causas são muitas e não podemos apontar um único culpado para o surgimento desta patologia. Fatores genéticos e fatores ambientais agem juntos para que a hérnia discal se desenvolva.

É preciso ficar atento as primeiras manifestações e em especial sintomas que fazem parte do que chamamos de “Síndrome cauda equina”. Este problema pode ocorrer por uma hérnia de disco muito grande que acaba afetando de forma rápida as estruturas nervosas, trazendo repercussões drásticas, principalmente quando não tratadas de forma precoce. Os sintomas são: Anestesia em sela (que é a falta de sensibilidade na região interna das coxas e próximas ao períneo); Arreflexia (geralmente a perda dos reflexos profundos dos calcâneos- este reflexo está presente nas pessoas, mas quando ocorre esta síndrome este reflexo pode se perder). E sintomas de perda do controle dos esfíncteres, que é a capacidade de controlar a bexiga e as funções intestinais. Quando esta síndrome aparece a cirurgia está indicada.

Tratamento

Na grande maioria indica-se o tratamento conservador, que é o tratamento sem cirurgia. Em torno de 90 % dos pacientes melhoram em até 6 semanas deste tratamento utilizando-se de medicação para combater a dor e a inflamação gerada na região lombar. Associada a medidas gerais de alivio como repouso e analgésicos pode-se acrescentar a reabilitação com Fisioterapia, logo que o paciente apresente melhora da dor.

Quando estas medidas falham a cirurgia está indicada.

Indicações para cirurgia:

  • Síndrome cauda equina (urgente)
  • Déficit neurológico progressivo, que é a perda de forca e sensibilidade sentida pelo paciente e confirmada pelo seu médico em exames regulares
  • Falha no tratamento conservador realizado no período de 6 a 8 semanas.
  • Episódios de dor recorrente muito frequentes e que levam a limitação na qualidade de vida do paciente.

Varias cirurgias e técnicas existem, sendo a cirurgia por vídeo-endoscopia realizada com técnica minimamente invasiva. (Leia mais sobre a endoscopia da coluna no nosso site).

Após o tratamento cirúrgico orienta-se a fisioterapia, a atividade física, o RPG, o pilates, dependendo da indicação do seu medico. Medidas que melhoram a sua qualidade de vida devem ser encorajadas como parar de Fumar, manter o peso adequado e a musculatura saudavel. Estas medidas melhoram o resultado do seu tratamento.

Acesse outras matérias sobre o assunto: http://www.grupovita.com.br/blog/2017/10/13/tecnica-minimamente-invasiva-trata-hernia-de-disco-e-oferece-retorno-rapido-as-atividades/

Procure um especialista

Dr. Alynson Larocca Kulcheski- CRM 24934. Membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), Membro da Sociedade Brasileira de Coluna (SBC) e Membro da Sociedade Brasileira de Coluna Minimamente Invasiva (SBC.MISS)